Combinação de olaparibe e quimioterapia melhora sobrevida no câncer de mama BRCA-mutado

Agendamento inteligente reduz toxicidade e aumenta eficácia

Postado em 23/05/2025 por OncoGenSUS

Um novo estudo publicado na Nature Communications traz resultados promissores para pacientes com câncer de mama inicial associado a mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2. O ensaio clínico PARTNER, liderado por cientistas da Universidade de Cambridge em parceria com a AstraZeneca, testou uma estratégia inovadora de combinação entre o inibidor de PARP olaparibe e a quimioterapia tradicional no tratamento neoadjuvante — ou seja, antes da cirurgia.

A grande inovação do estudo está na programação inteligente dos medicamentos. Em vez de administrá-los simultaneamente, os pesquisadores propuseram um “espaço” de 48 horas entre o início da quimioterapia com carboplatina e o início do olaparibe. Essa estratégia, chamada de gap schedule, foi fundamental para evitar efeitos colaterais hematológicos severos, como toxicidade na medula óssea, sem comprometer a eficácia do tratamento.

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Agendamento inteligente reduz toxicidade e aumenta eficácia

🔍 Resultados principais:

  • A taxa de resposta completa patológica (pCR) — ausência de câncer invasivo na cirurgia — foi similar entre os grupos.
  • Porém, a sobrevida livre de eventos em 36 meses foi de 96,4% no grupo que recebeu olaparibe, contra 80,1% no grupo que fez apenas quimioterapia.
  • A sobrevida global foi de 100% no grupo com olaparibe, contra 88,2% no grupo controle.
  • A ordem de administração dos medicamentos foi essencial: quando o olaparibe foi iniciado antes da quimioterapia, os resultados foram piores.

Esses dados reforçam a importância de pensar não apenas nos medicamentos utilizados, mas em como e quando eles são administrados. A combinação testada pode oferecer um caminho mais seguro e eficaz para pacientes com alto risco genético, especialmente aquelas com mutações hereditárias nos genes BRCA.

💡 O estudo também levanta uma questão crítica: o status de resposta completa (pCR) nem sempre prevê a sobrevida em pacientes BRCA-mutadas. Isso pode mudar a forma como acompanhamos e tratamos esses casos no futuro.

O PARTNER Trial ainda requer confirmação em estudos maiores, mas representa um avanço importante na personalização do tratamento para o câncer de mama hereditário. Integrar testes genéticos ao diagnóstico precoce pode ser a chave para salvar vidas.

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