Postado em 23/05/2025 por OncoGenSUS
Um novo estudo publicado na Nature Communications traz resultados promissores para pacientes com câncer de mama inicial associado a mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2. O ensaio clínico PARTNER, liderado por cientistas da Universidade de Cambridge em parceria com a AstraZeneca, testou uma estratégia inovadora de combinação entre o inibidor de PARP olaparibe e a quimioterapia tradicional no tratamento neoadjuvante — ou seja, antes da cirurgia.
A grande inovação do estudo está na programação inteligente dos medicamentos. Em vez de administrá-los simultaneamente, os pesquisadores propuseram um “espaço” de 48 horas entre o início da quimioterapia com carboplatina e o início do olaparibe. Essa estratégia, chamada de gap schedule, foi fundamental para evitar efeitos colaterais hematológicos severos, como toxicidade na medula óssea, sem comprometer a eficácia do tratamento.
Agendamento inteligente reduz toxicidade e aumenta eficácia
🔍 Resultados principais:
Esses dados reforçam a importância de pensar não apenas nos medicamentos utilizados, mas em como e quando eles são administrados. A combinação testada pode oferecer um caminho mais seguro e eficaz para pacientes com alto risco genético, especialmente aquelas com mutações hereditárias nos genes BRCA.
💡 O estudo também levanta uma questão crítica: o status de resposta completa (pCR) nem sempre prevê a sobrevida em pacientes BRCA-mutadas. Isso pode mudar a forma como acompanhamos e tratamos esses casos no futuro.
O PARTNER Trial ainda requer confirmação em estudos maiores, mas representa um avanço importante na personalização do tratamento para o câncer de mama hereditário. Integrar testes genéticos ao diagnóstico precoce pode ser a chave para salvar vidas.