Postado em 08/09/2025 por OncoGenSUS
Se a desinformação é um vírus, o prebunking pode ser a vacina. Em vez de desmentir uma mentira depois que ela já se espalhou (estratégia conhecida como debunking), o prebunking age de forma preventiva: prepara o público para reconhecer uma manipulação antes mesmo de ela acontecer.
Inspirada na imunização biológica, essa técnica tem respaldo científico: estudos liderados por Sander van der Linden — professor de Psicologia Social em Cambridge e autor do livro Foolproof: Why We Fall for Misinformation and How to Build Immunity — mostram que pequenas “doses” de desinformação enfraquecida, apresentadas em contexto seguro e com explicações claras, criam uma espécie de resistência cognitiva no público.
Como criar barreiras mentais para proteger o público de fake news
E o melhor? Isso pode ser colocado em prática por qualquer pessoa engajada com comunicação pública e ciência, inclusive divulgadores científicos, educadores e influenciadores digitais.
📌 Como aplicar o prebunking na prática?
💡 A boa notícia é que plataformas como o Google e a OMS já vêm aplicando essa lógica em campanhas educativas. Mas o papel dos comunicadores independentes e projetos de divulgação científica é fundamental para capilarizar essas mensagens e adaptar a linguagem aos diversos públicos.
📚 Quer entender mais a fundo como isso funciona? O livro À Prova de Falhas (Sander van der Linden, 2023) é leitura obrigatória. Nele, você vai encontrar insights acessíveis e embasados sobre como o cérebro humano processa desinformação — e como é possível protegê-lo.
🧬 No OncoGenSUS, acreditamos que cuidar da saúde pública também é proteger a integridade da informação. Por isso, apoiamos estratégias como o prebunking e incentivamos a comunidade científica e comunicadores engajados a colocarem essa ferramenta em ação.
Combater fake news não é só reagir — é se antecipar. Vacine ideias, imunize consciências.
Fontes:
Prebunking interventions based on “inoculation” theory can reduce susceptibility to misinformation
across cultures
Investigating the role of source and source trust in prebunks and debunks of misinformation in
online experiments across four EU countries